Dia Mundial do Diabetes alerta sobre condição responsável por dores crônicas e risco de amputações

O Dia Mundial do Diabetes, celebrado no próximo 14 de novembro, traz a importância da prevenção e tratamento da doença que já atinge mais de 13 milhões de brasileiros, além de desencadear outra série de disfunções bastante limitantes aos indivíduos. Entre elas está a neuropatia diabética, caracterizada por sintomas bastante dolorosos e com riscos de amputações de membros.

Trata-se de um distúrbio que afeta os nervos periféricos e é, atualmente, a complicação crônica mais comum e mais incapacitante causada pelo diabetes.

Além disso, ela é responsável por aproximadamente dois terços das amputações não-traumáticas, aquelas que não são causadas por acidentes e fatores externos.

Entendendo a complicação do diabetes no sistema periférico dos nervos 

Os nervos periféricos são os encarregados de transmitir as informações que chegam e saem do cérebro, assim como os sinais emitidos pela medula espinhal para o resto do corpo.

A partir das alterações sistêmicas geradas pelo diabetes, com o desequilíbrio da produção de insulina pelo pâncreas e o consequente aumento da glicose no sangue (glicemia), ocorre um comprometimento da bainha que envolve o nervo. É como se tivéssemos um fio desencapado, onde a estrutura fica exposta às agressões externas e, por isso, sensível a elas.

Dessa forma, os sintomas mais comuns da neuropatia são: sensação de pontada, fisgada, choque ou queimação nos membros, especialmente ao toque da mão, roupas ou mesmo da água.

Seu diagnóstico é inicialmente clínico, feito com base nas manifestações apresentadas, histórico familiar e exame físico. Durante este último, o médico irá checar os reflexos, tônus muscular, sensibilidade dos membros ao toque, temperatura, entre outros.

Exames neurofisiológicos, como a eletroneuromiografia, acrescentam dados objetivos para a confirmação do diagnóstico da polineuropatia periférica metabólica.

Prevenção e tratamento da neuropatia está no controle do diabetes

A principal via de prevenção da neuropatia diabética é o controle da doença que a origina, o diabetes. A condição tem característica crônica, exigindo acompanhamento permanente que começa com o endocrinologista, se estendendo para o neurologista ou neurocirurgião quando a neuropatia se instala.

Por eles, são dadas algumas recomendações iniciais básicas como:

  • Controle da glicemia pela alimentação e medicações específicas
  • Manutenção de peso compatível à estrutura do corpo
  • Não fumar e não consumir bebida alcoólica
  • Realizar atividades físicas regularmente

Para os quadros de neuropatia em evolução, o tratamento consiste em medicamentos orais e injetáveis, incluindo antidepressivos, anticonvulsivantes, neurolépticos e, em casos mais complexos, o implante de neuroestimulador medular e o implante de bombas de opioides.

Cada caso será conduzido de acordo com o grau da disfunção e a resposta do paciente aos tratamentos inicialmente propostos.

Para saber mais sobre o assunto, confira o último episódio do meu podcast, onde esclareço todos os pontos da doença e sua linha de condução.