A doença de Parkinson atinge cerca de 200 mil pessoas no Brasil e segue com estatísticas aumentando, devido ao maior número de pessoas evoluindo para a terceira idade – faixa etária de maior prevalência da mesma. Ainda sem cura, a medicina tem avançado na busca de terapias que permitam oferecer mais qualidade de vida ao indivíduo, especialmente para o controle dos sintomas mais incapacitantes, como os tremores e a espasticidade (rigidez muscular).

Quem tem este distúrbio sabe muito bem o quanto ele, em estágios avançados, altera a realização de atividades simples, como amarrar o cadarço do sapato e abotoar a camisa. Além dessas interferências físicas, o Parkinsoniano também sofre emocionalmente: e não apenas pela queda de sua funcionalidade, mas também em razão do preconceito de pessoas desinformadas.

Visando desmitificá-la, veja abaixo 10 coisas que você precisa saber sobre a doença de Parkinson.

O que é o Mal ou Doença de Parkinson?

O Mal de Parkinson foi descrito pela primeira vez pelo médico inglês James Parkinson, em 1817, como uma enfermidade neurológica ocasionada pela degeneração dos neurônios situados em uma região específica do cérebro, chamada substância negra. A área é responsável pela produção da dopamina, um importante elemento da transmissão nervosa, vinculada aos músculos e controle motor do indivíduo.

Quais as suas causas?

Sua causa exata é desconhecida, mas cientistas acreditam que uma mistura de fatores possa estar envolvida, incluindo a genética (mutações) e o meio ambiente (exposição a determinadas toxinas ou fatores ambientais).

Qual a sua prevalência de acometimento?

Apesar de ser mais frequente em pessoas idosas (150 mil novos casos no Brasil por ano, a partir dos 60 anos), pessoas jovens também podem ser acometidas pela doença, tendo uma evolução mais acelerada nestes casos. Um exemplo é o ator do clássico “De Volta para o Futuro”, Michael J. Fox, que recebeu seu diagnóstico na faixa dos 30 anos.

Quais são os seus sintomas?

Os sintomas mais comumente observados são os movimentos involuntários (tremores), rigidez muscular, bradicinesia, ou seja, maior lentidão dos movimentos gerais como andar, levantar e sentar, além de instabilidade postural, depressão e alterações na escrita.

Em estágios mais avançados, é possível perceber a diminuição da expressão facial, do tom da voz e do olfato, bem como dificuldade de deglutição e constipação intestinal.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado inicialmente pela anamnese, que é uma análise clínica conduzida pelo médico, e histórico do paciente. No entanto, exames complementares como o eletroencefalograma (EEG), tomografia computadorizada ou ressonância magnética do crânio podem ser solicitados para afastar outras patologias que apresentam sintomas similares aos de Parkinson.

Qual o médico responsável por diagnosticar e tratar a doença?

O neurologista é o médico indicado para o diagnóstico e tratamento do distúrbio em todo o seu o seguimento.

Como é feito o tratamento?

Deve ser inicialmente clínico, com indicação de medicamentos específicos para conter alguns dos sintomas. Isto deve ser somado a terapias de reabilitação funcional, com apoio de fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, entre outros.

Quando é indicada a cirurgia?

A cirurgia de estimulação profunda do cérebro, cuja sigla em inglês é DBS, é recomendada quando os medicamentos já não auxiliam mais na contenção dos movimentos involuntários e espasmos. O procedimento consiste no implante de eletrodos, iguais aos de marca-passo utilizados para o coração, na região afetada pelo Parkinson.

A técnica é realizada com o paciente acordado, para que ele possa indicar o retorno dos movimentos no ato em que o alvo está sendo estimulado. Assim, é garantida a efetividade dos resultados. Uma vez implantado o eletrodo, ele passa a ser monitorado periodicamente para possíveis ajustes.

O procedimento tem o auxílio de um software, que cruza as imagens de ressonância magnética do paciente com mapas científicos. Com a ajuda de um físico, que permanece o tempo todo na sala de cirurgia, é apontado com precisão o local exato a ser estimulado.

Entre as vantagens da cirurgia, está o fato de não ser um método que lesiona a estrutura cerebral e que pode ser reversível caso seja necessário. Além, é claro, da qualidade de vida oferecida ao paciente, que volta a se integrar de forma mais natural às suas atividades cotidianas e relacionamentos sociais.

É possível viver normalmente?

Considerando a individualidade de cada paciente, a idade de início dos primeiros sintomas e suas evoluções, é importante dizer que, com o devido acompanhamento multidisciplinar, é possível manter-se ativo e com as funções presentes, alcançando uma melhor independência em longo prazo.

Qual a importância do apoio familiar e de amigos?

Tendo como fundamento a importância das relações pessoais e do convívio social para a saúde geral de todos os indivíduos, ter familiares e amigos próximos, com entendimento e acolhimento sobre as necessidades do paciente, soma essencialmente para os melhores resultados físicos e mentais do tratamento da doença.

Para saber mais, confira também a videorreportagem Tudo sobre Mal de Parkinson.