Dia Mundial da Esclerose Múltipla, lembrado em 30 de maio, tem mais um motivo para celebração

Neste 30 de maio é celebrado o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, doença neurológica crônica que afeta aproximadamente 35 mil brasileiros. A condição, que aumenta o risco de gravidade dos quadros pós contaminação pela covid-19, acaba de ser incluída na lista de comorbidades elegíveis como prioridade na campanha de vacinação.

A Esclerose Múltipla apresenta manifestações complexas por si só, que são bastante limitantes. E assim como em outras ocorrências neurológicas, a infecção causada pela covid-19 pode não só piorar o quadro do paciente, como trazer algumas sequelas.

As evoluções mais complicadas costumam ser distúrbios motores e cerebelares, causando fraqueza, cansaço, desequilíbrio, formigamento nos membros inferiores, descontrole do esfíncter anal e vesical, visão dupla (diplopia), tremores e rigidez muscular. Às vezes, ainda é desencadeada uma outra doença bastante impactante no bem-estar, a neuralgia do trigêmeo.

Esclerose Múltipla e covid-19

De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, a ABEM, as evidências mostram que a Esclerose Múltipla não aumenta a probabilidade de desenvolver covid-19 ou morrer, mas alguns grupos de pessoas com EM são mais suscetíveis a casos graves. São eles:

– Pessoas com EM progressiva

– Pessoas com EM com mais de 60 anos

– Pessoas do sexo masculino com EM

– Pessoas com níveis mais altos de deficiência – por exemplo, uma pontuação na Escala Expandida do Estado de Incapacidade de seis ou mais, que se refere à necessidade de usar uma bengala

– Pessoas com EM e obesidade, diabetes ou doenças do coração ou pulmões

– Pessoas que fazem uso dos medicamentos para EM

Este alerta não visa desesperar quem convive com a Esclerose, mas trazer consciência de que os cuidados precisam ser redobrados. Além disso, é fundamental que o tratamento da EM seja mantido, a fim de conter as características da doença e reduzir seus sintomas.

Tratando a EM

Como não há uma causa identificada para a EM, ainda não há cura para a doença. Por isso, os tratamentos atuais buscam devolver a autonomia e a qualidade de vida do paciente.

Os medicamentos do tipo corticosteroides são indicados para diminuir a intensidade dos sintomas, enquanto os imunossupressores e imunomoduladores agem na redução da frequência de seus episódios.

Para a rigidez, a fisioterapia é uma grande aliada e pode ter o apoio da toxina botulínica A, aplicada para relaxar a musculatura e permitir melhor movimentação do paciente, além de ajudar no alívio da dor gerada pela espasticidade.

A dor, especialmente quando muito intensa, ainda pode ser manejada com alguns procedimentos cirúrgicos. As técnicas mais empregadas são as neuromoduladoras, onde ocorre o implante de um neuroestimulador medular, e neuroablativas, como a rizotomia dorsal seletiva. Neste método, isolam-se os nervos que enviam as mensagens de contração para o músculo, assim como são feitos cortes nas fibras mais anormais. Assim, suavizamos a espasticidade e, ao mesmo tempo, mantemos outras funções motoras e sensitivas.

Já a Estimulação Cerebral Profunda, tradução de Deep Brain Stimulation (DBS), se torna a cirurgia mais efetiva para a rigidez, apresentando grande resposta de melhora.

Minimamente invasivo, o procedimento é realizado com o paciente acordado para que ele possa responder aos estímulos responsáveis pelo comprometimento dos movimentos. Ou seja, o resultado é conferido no ato da cirurgia.