A Associação Internacional para o Estudo da Dor, a IASP, anualmente elege um tema para incentivar e promover o desenvolvimento de estudos, bem como novas terapias para o tratamento de diferentes tipos de dor. Em 2016 seu foco foi a dor nas articulações, que afeta milhões de pessoas em consequência de uma variedade de doenças, especialmente as reumatológicas.

O tema se configura como de extrema relevância, visto que estas disfunções e suas coexistências tendem a crescer com o aumento do envelhecimento populacional, o estilo de vida sedentário e a obesidade.

Doenças reumáticas

As doenças reumáticas são inflamações, crônicas ou não, em um ou mais componentes de uma articulação. Costumam gerar dores e incapacidade temporária ou permanente para sua movimentação adequada. Além disso, estão associadas às dores nas articulações, como as artroses e artrites, fibromialgia, lúpus, entre outras.

Por serem tão comuns e afetarem tantos indivíduos no mundo todo, principalmente idosos, é que a campanha da IASP voltou seus esforços profissionais e acadêmicos para o melhor preparo de profissionais que lidam diretamente com estes perfis de pacientes.

Neste sentido, é imprescindível que haja atenção direta para suas queixas dolorosas e a devida orientação de tratamentos focados em sua doença de base, a fim de que tenham mais qualidade de vida.

Tratamentos da dor

O tratamento convencional para os quadros dolorosos é feito com base nos medicamentos analgésicos, antidepressivos e anticonvulsivantes – estas duas últimas classes atuando especificamente como neuromodulares preventivos das crises. Não surtindo os efeitos satisfatórios, diversas outras técnicas podem ser indicadas aos pacientes crônicos, que vão de procedimentos minimamente invasivos a cirurgias de bloqueio sensorial da dor.

Podem ser considerados:

– Bomba de infusão com opioides, inserida sob a pele para liberar medicação contra a dor diretamente ao fluido ao redor da coluna (liquor), fornecendo alívio do quadro doloroso. O procedimento é simples e a liberação do analgésico ocorre continuamente, conforme programação feita pelo médico.

– Cordotomia, um procedimento minimamente invasivo que interrompe seletivamente alguns condutores de dor na espinha dorsal. Dessa forma, ocorre uma diminuição da percepção dos estímulos dolorosos e alívio da dor crônica ao paciente. A interrupção se dá numa região conhecida como quadrante anterolateral da medula espinal, aposto ao lado em que a dor é mencionada.

– Neuroestimuladores, capazes de eliminar a comunicação que leva a informação da dor até o cérebro. São de dois tipos, sendo um o implante na coluna e outro no cérebro.

O tratamento precisa ser determinado por um especialista, que deverá sugerir quantas opções forem necessárias até que se obtenham os resultados esperados e possíveis.

Como as dores crônicas são geradas por doenças sem cura, as terapias para a dor nem sempre atingem 100% do alívio do quadro, especialmente na primeira tentativa. Porém, em todos os casos é possível oferecer melhora dos níveis de dor, permitindo o retorno das atividades funcionais e sociais. O importante é não desistir e insistir para a melhor solução possível.