Quando a neurocirurgia funcional pode ser aliada no tratamento da dor?

A dor é um sinal vital que nos avisa quando algo no organismo não está bem, nos dando condição de procurar por ajuda profissional. Caracterizada por uma experiência sensitiva e emocional desagradável, compromete a qualidade de vida do indivíduo, especialmente quando se torna crônica, com interferências no campo social e do trabalho – muitas vezes de forma irreversível, pela perda de relacionamentos e empregos. Dentre as doenças que mais são incapacitantes nos aspectos da dor, encontram-se as reumatológicas, de coluna e neuropáticas.

Tendo como base de tratamento uma atuação multiprofissional, envolvendo medicamentos e terapias físicas e mentais, nem sempre estes surtem o efeito desejado. Para esses casos, a neurocirurgia funcional pode ser uma alternativa capaz de conter ou até cessar o quadro de dor, contribuindo para o resgate da qualidade de vida do paciente.

Mas, afinal, o que é a neurocirurgia funcional? Como ela pode ser aliada no tratamento da dor? Estas e outras questões são explicadas em 4 itens a seguir.

1 – Primeiro passo: diferenciar a atuação da neurologia da neurocirurgia
Apesar de ambas as especialidade estarem ligadas ao tratamento das doenças do sistema nervoso central, o profissional da neurologia atua na condução clínica do paciente, enquanto o neurocirurgião tem seu foco de tratamento nos procedimentos operatórios. Os profissionais podem atuar de forma conjunta no tratamento de um mesmo paciente, antes e/ou depois do procedimento cirúrgico.

2 – Identificando a neurocirurgia funcional
A neurocirurgia funcional, como o próprio nome remete, tem o objetivo de reintegração das funções do paciente para a sua inserção nas atividades sociais e laborativas da melhor maneira possível. Desta forma, ela atua devolvendo a capacidade de locomoção, movimento e diversos outros aspectos da funcionalidade do indivíduo.

3 – Do que consistem as cirurgias para o tratamento da dor?
Consistem de intervenções ablativas não reversíveis, com lesões de estruturas para a cessão da via transmissora da dor; técnicas neuromoduladoras minimamente invasivas, para implantes de bombas de infusão de drogas analgésicas; ou ainda de implante de eletrodos ligados a geradores de corrente elétrica, para a modulação das vias geradoras de dor.

4 – Percentual de resultados
Embora varie de acordo com a doença, perfil e intensidade da dor de cada paciente, os procedimentos cirúrgicos apresentam benefícios médios na ordem de 25 a 75% no quadro de dor, que podem ser melhorados com a continuidade dos demais tratamentos complementares.

As técnicas cirúrgicas deverão ser realizadas apenas após a ineficiência comprovada das demais terapias, seguindo os protocolos de indicação, com avaliação de custo-benefício para cada caso.